Fotografia retirada do Site da DGMN. Coimbra-
Fotografia retirada do Site da DGMN.
Coimbra- Praça do Comércio/Velha/São Bartolomeu (*)
A Praça do Comércio, anteriormente designada de Praça de São Bartolomeu, ficou conhecida por Praça Velha com a inauguração, em 1867, do Mercado Dom Pedro V.
Como o topónimo oficial indica, esta Praça, desde tempos remotos, foi importante na vivência Coimbrã, repleta de gentes de várias proveniências; ali se passeia, se olha, mas essencialmente se compra e vende.
Esta importância terá sido relacionado com a proximidade da via romana “Olipso-Bracara” e com o porto Fluvial.
A sua importância é testemunhada, pelo assento o Cartório Público dos Tabeliães, a Casa da Câmara, os Açougues do Povo (hoje desaparecidos), o Hospital Real e o Pelourinho, além de duas importantes igrejas. São Bartolomeu (IIP) e a de São Tiago (MN), deturpadas da sua fácies original, nas reformas que foram sofrendo posteriormente. Ainda hoje é palco de eventos públicos (espectáculos de teatro, música, feiras) e no passado decorreram por exemplo touradas, as cerimónias fúnebres da “Quebra dos Escudos” e Autos da Fé Inquisitoriais.
É ladeada por imóveis altivos de traça setecentista e oitocentista, com janelas ricamente emolduradas e lojas no andar térreo. No topo, dois templos a enobrecem: a Igreja de São Bartolomeu (IIP) e a Igreja de Santiago(MN).
A Igreja de Santiago (MN) foi consagrada em 1206 e primitivamente esteve ligada a Santiago de Compostela. O principal motivo de interesse que ostenta são: dois portais exteriores, devido à decoração dos capitéis, arquivoltas e colunelos e no interior tem de interesse uma capela gótica flamejante.
Em 1546 a Misericórdia de Coimbra iniciou a construção das suas instalações por cima da igreja, o que levou a uma completa descaracterização. Com o alargamento da rua de Coruche em 1861, sofreu a amputação da cabeceira. Só neste século foi reintegrada no primitivo aspecto, mas o restauro da fachada foi infeliz, porquanto deturpou as suas linhas. Os justiçados com a pena de forca eram sepultados no seu adro.
No outro topo a Igreja de São Bartolomeu, também ela originalmente românica, mas que no século XVIII foi transformada. Os vestígios arqueológicos, das construções originais, encontram-se sob o pavimento actual.
Importante e discreto, encontra-se o antigo Hospital Real de Coimbra, fundado pelo rei Dom Manuel I. Em 1779, por ordem do marquês de Pombal, o hospital transferiu-se para o colégio da companhia de Jesus (onde hoje existe está o Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra).
A frontaria é muito simples, no piso inferior, sobressaem janelas de sacada do século XVI, os dois andares posteriores são acrescentamentos superiores. Conserva, no entanto, integrando no estabelecimento comercial, o pátio original, em dois pisos. Daqui sobe-se ao andar superior onde está intacta a capela privativa, obra de Boitaca em 1510, com magnifico abobamento de nervuras e com paredes revestidas de azulejos azuis e brancos. Tudo este espaço foi recentemente muito bem requalificado. Um elogio à Papelaria do Marthas, pela sua contribuição, para a requalificação do espaço. Nos estabelecimentos vizinhos há mais vestígios antigos do Hospital Real.
A Praça é um dos locais onde o turista sente e observa melhor o pulsar da urbe.