Coimbra-Mosteiro de Santa Cruz (***) V- Claustro
Coimbra-Mosteiro de Santa Cruz (***) V- Claustro do silêncio (**)
A bela sacristia é obra maneirista executada ente 1622 e 1624 e cuja arquitectura é inspirada na da Sala Régia do Vaticano. Desta admirável construção destaca-se o revestimento azulejar policromo de tapete, os arcazes e a diáfana luminosidade.
Contíguo, o sacrário do século XVIII, tem as urnas das relíquias de São Teotónio, Santa Comba e dos Mártires de Marrocos e ainda outros relicários.
Ao passarmos para o Claustro do Silêncio (*), atravessamos a Casa do Capítulo, feita por Boutca em 1507, com um belo portal manuelino, forrada de azulejos verdes e brancos e abóbada semelhante à da igreja, e que contem a aparatosa Capela de São Teotónio, neste encontra-se o sarcófago onde estiveram as suas relíquias e que hoje estão no santuário.
O Claustro do Silêncio (**) é um dos mais belos claustros manuelinos portugueses. Foi totalmente construído sob as ordens de Marcos Pires entre 1517 e 1522; o arquitecto proveniente da Batalha, dirigiu as obras da Igreja de Santa Cruz, Capela da Universidade, Igreja e Paços da Ega. É de plano quadrangular com dois pisos, sendo o inferior abobadado. Num dos ângulos fica a fonte de Paio Guterres, de ornatos naturalistas e que servia de lavabo; no centro levanta-se também um belo chafariz de 1639. Os arcos ainda ogivais, têm uma exuberante decoração vegetalista, essencialmente folhas de louro.
Há ainda neste claustro várias capelas e azulejos com interesse, mas essencialmente destaca-se os magníficos relevos de topos em pedra de Ançã , com cenas da paixão de Cristo, Ecce Homo, O caminho do Calvário e a Descida da Cruz atribuídos a Nicolau Chanterene; o primeiro foi inspirado numa gravura do genial Albrecht Durer. Apesar do estado de corrosão em que se encontram são um paradigma da habilidade deste escultor. Outro motivo de interesse, é a Capela de Jesus também forrada a azulejos verdes e brancos, encerra túmulos manuelinos, sendo o de Pedro Gavião, elegante, sóbrio e contendo as armas do Bispo Pedro Gavião; impulsionador das obras manuelinas da igreja. O seu escudo encontra-se inclusive na fachada da Igreja.